As favelas da alma expulsa teu
eu mais infame, mais sujo e indesejado;
este teu eu imundo que queres calado.
Expulsa o eu fétido que Prometeu
ateou o fogo impreciso da existência,
que na favela d'alma arde incontido
enquanto teu ser vaga nu perdido
pelo calçamento áspero da ausência.
Vê crescer do infértil teu eu humano,
vê reproduzir-se este ser que podas.
Em cada beco de teu ser - vê sê-lo.
Do que é grande n'alma sobra o que é insano
quando ao homem prudente dá-se cordas
para enforcar (-se) o que pode vencê-lo.
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