Em observar narciso -
flor, homem ou depósito de vazios-
faz-se a medida:
É homem e vaidade - belo Narciso
que leva o ego ao ismo
e a face ao espelho d'água.
Afoga-se,
mas nada faz o narrador,
que só sabe o que vê do acontecido:
Vaidade, por certo, afogou o distraído.
O espelho refletiu o homem,
os olhos negros de narciso.
O homem refletiu o espelho,
a água e as lágrimas dos deuses esquecidos.
Refletiam-se em vice-versas,
versos e vísceras.
Narciso não apaixonou-se pelo belo,
Ele quedou-se apaixonado
pelo infinito.
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