domingo, 3 de outubro de 2010

Último poema

Inspira a fumaça do último trago.
Escuta o eco do último brado.
Prende no peito essa fumaça.
Fantasia.

No ar deixa dançar a fumaça.
Aquém boca, um corpo de poeta.
Além, sua última poesia.
Esvazia.

Gastando-se-ia na fumaça dispersa.
Se é corpo ou fumo não se sabe.
Repousa entre o aquém e o além.
Apostasia.

A fumaça se desfazer demora.
Esbafora para além a última poesia.
És agora a fumaça e não o corpo.
Alivia.

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