sexta-feira, 23 de julho de 2010

Poesia,

velha amiga,
sente-se aqui.
Faça-me
derradeira companhia.
Nossas linhas
nada mais são
senão
rugas.
nosso tempo
foi passado,
me parece.
Nasceu passado.
Mas fique mais um pouco,
compartilhe
comigo tua agonia.
Meu caminho sigo,
ainda que
tristeza.
Consolando-me
da certeza
da cova.
Um dó
de tu,
de batalhas companheira.
Fadada a versar
as grandiosidades
de um vazio.
Poesiar a
sinapse de
um vadio.
Ver-se enfim
livre...
no universo
de um
sujo
umbigo.
Eu, minha amiga,
não mergulho
nesta
piscina
rasa.

P. Augusto Ramos

Um comentário:

Marlos - latinoamericano disse...

Que isso rapaz!! Tá mandando muito bem Predrinho! Lindo poema! Adorei essa parte: "Poesiar a/sinapse de/um vadio." Muito bom.
Só senti que vc podia dividir melhor o poema, ou apenas dividí-lo um pouco em estrofes... a não ser que vc tenha feito de propósito mesmo.
Um grande abraço poeta! Parabéns!