Acordei carregando
os mesmos velhos
átomos de ontem.
Lendo os mesmos fatos
que aconteceram ontem.
Escutando o eco
dos gritos de ontem,
o choro dos bebês
que nasceram ontem.
Acordei me pintando
da tinta que comprei ontem.
Lambuzando a loucura de verniz.
Cheiro de novo intoxicando o nariz,
Pintando meu velho eu de novo, notem.
E todo esse verniz,
toda essa pintura,
toda essa loucura,
é só tinta vagabunda.
E mal seca,
Já é velha.
E mal seca,
pede tinta nova.
lá vem chuva,
notem,
toda essa pintura,
toda essa loucura,
notem,
a chuva inunda.
notem,
nas primeiras rachaduras,
o eu de ontem.
Nenhum comentário:
Postar um comentário