quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Velho,

Para o Giovanni

Velhos ansiãos
me infinitam
uma história,
me finitam
num repente
repetido,
de palavras
que roçaram
as línguas
de outrem.
Alguém há
de cantá-las
em samba
- tudo é samba
na boca
de quem tem
alma e (en)canta
em ver os gozos
da alma de um velho
alguém.

O tempo passou
em engrenagem
ferozmente
silenciosa,
enquanto os velhos
improvisam
outro repente.
Há de repente
assobios
de melodia
ainda não cantada.
a mesma velha
palavra sempre
(o)usada
a por poetas
na história
dos velhos de amanhã.
Seremos pois
velhos, um dia,
sentados,
jogando o velho
jogo de dominó.
A garganta há
de dar um nó,
quando a nostalgia
for nosso último
sentimento.
Fomos então poetas,
velhos, mais que
os velhos,
que os velhos,
que os velhos,
que o primeiro velho,
que sorri discreto,
apreciando
a melodia,
que percorre
um repente.

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