segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Poerrot

Então, se eu estou triste -
deixe-me estar.
Deixe meu riso pelo avesso
aí onde está.

Estou bem com o que me diz
ser tristeza:
ela me dá o silêncio
que preciso para pensar.

Deixe-me aqui,
é onde quero ficar.
A observar de longe as alegrias
que não me fazem gozar.
(Mas me divertem, humornegramente.)

Se estou triste,
deixe-me ficar.
Por dentro estou o avesso disso.

Eu não sou triste,
porque não sou nada;
senão este eterno estar
alguma coisa.

Não se esforce, então,
em compreender o meu sentido.
Não há nenhum,
senão todos do mundo.

Meu riso avesso
não me denuncia.
Vire um pouco a cabeça.
Vês? estou sorrindo.

Um comentário:

Thiago disse...

Pedrinho! Ficou fantástico!Tava muito ansioso por esse.
Gostei de tudo. Principalmente da continuidade dos seus poemas. Um parece que lê/explica/acrescenta o outro.
Se quiser ouvir um conselho de um mortal, você deveria continuar escrevendo assim, tem um ritmo tão bom, ficou tão gostoso.


Parabéns!
ps: Acho que agora não dá pra te chamar mais de pedrinho. =D