Em um milhão de casas,
em um milhão de caras
eu estarei.
Por um milhão de ruas,
um milhão de mulheres nuas
eu andarei.
Em um milhão de corações,
em rosas fechadas em botões
eu morarei.
Em um milhão de lágrimas,
um milhão de páginas
eu chorarei.
Um milhão de futuros,
um milhão de becos escuros
eu desbravarei.
Por um milhão de terras,
um milhão de quimeras
viajarei.
Em um milhão de melodias,
um milhão de poesias
me escreverei.
Em um milhão de camas,
um milhão de poços de lama
descansarei.
Em um milhão de tédios,
em um milhão de prédios,
me suicidarei.
Um milhão de eus,
em um milhão de Deus(es)
me inventarei.
Por um milhão de almas,
por um milhão de traumas
me explicarei.
Em um milhão de tocos de cigarro,
em doentios escarros
me consumirei.
Por um milhão de dias,
em um milhão de agonias,
me perderei.
Quem sou? - não sei.
Eu sou este falo
sou este calo
da masturbação.
Quem sou? - sei não.
Nenhum comentário:
Postar um comentário