quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Em Grenada

Uma dúzia de bilhões de pés
se arrastam caóticos
em ruas ainda frias,
que percorrem
esses passos.

Meia dúzia de bilhões de sístoles,
mais meia de diástoles,
em fatoriais frações de segundo,
rastejam nas assombrações
de ponteiros de relógios.

Em Grenada
só se escuta o silenciar
dos fins das conversas
nos confins
de fábricas.

Pés dentados:

Animais
impropriamente derivados
em homens
impropriamente derivados
em máquinas
impropriamente derivadas
em engrenagens
- não deveriam,
inclusive gramaticalmente -
pluralizar.

Em grenada
engrenagens azul-metal
não escolhem para onde
vão girar.

Um comentário:

Edvaldo.P.Campos disse...

ahhh, quem me dera o mar de grenada... um navio percorrendo o mar do caribe... afffffffff...

belo poema!!!